Sérgio Cabral, ex-governador, admitiu em delação premiada, homologada pelo STF, falcatruas no Rio de Janeiro que foram escondidas pela TV Globo por 80 milhões de reais.
De acordo com as suas declarações, a fundação Roberto Marinho teve um centro cultural no Rio de Janeiro muito moderno, obra essa que não foi sujeita a licitação. Foi a própria Fundação que escolheu a empresa a fazer a obra.
A delação do ex-governador Cabral à Polícia Federal dedica um capítulo inteiro à Rede Globo. Na delação, Sérgio Cabral fala com detalhes sobre as pressões da família Marinho para conseguir a gerência de projetos e Estudos sem licitação, assim como a implantação do equipamento cultural na cidade do Rio de Janeiro.
O acordo com a fundação Roberto Marinho foi feito diretamente entre os herdeiros da Globo e Cabral, o qual foi orçado em aproximadamente 80 milhões de reais. A obra foi autorizada pelo governo do Estado.
De acordo com os depoimentos feitos por Sérgio Cabral, estes favores tinham como intuito garantir uma proximidade com a família Marinho, e assim conseguir uma blindagem nos meios de comunicação do grupo Globo.
Cabral responde ainda a 18 ações
Cabral foi condenado no processo lava jato, e o juiz considerou que o político do MDB recebeu propinas em diversas grandes obras da cidade do Rio de Janeiro, como a linha 4 do metrô carioca, ou a Rodovia conhecida como Arco Metropolitano. Assim como o Cabral, 8 pessoas que faziam parte do governo dele foram também condenados.
Sérgio Cabral está preso desde 2016, sendo ainda réu em mais 18 ações judiciais. Até agora, Sérgio Cabral foi condenado a mais de 280 anos de prisão.
O STF decidiu que a delação premiada de Sérgio Cabral não influenciará na sua pena de prisão, não gozando de uma redução de pena. Essa delação só poderá ser válida em eventuais acréscimos de pena, devido aos outros processos que Cabral ainda tem para responder.