O Professor José Fragata, chefe da equipa médica que levou a cabo o primeiro implante de coração artificial num doente, no hospital de Santa Marta, em Lisboa, sublinhou primeiramente que o feito que conseguiu “não é um passe de mágica” mas sim o trabalho conjunto de uma equipa dedicada.
Trata-se da colocação de uma máquina, que “está alojada profundamente dentro do toráx, dentro do saco pericárdico” e que “aspira sangue do ventrículo e injeta na aorta”. Não se trata de um substituição do coração, como no transplante. O aparelho chama-se, inclusive, ‘left ventricular assist device’ (LVAD), ou seja, funciona como uma ajuda para fazer funcionar o lado esquerdo do coração.
Trata-se da colocação de uma máquina, que “está alojada profundamente dentro do toráx, dentro do saco pericárdico” e que “aspira sangue do ventrículo e injeta na aorta”. Não se trata de um substituição do coração, como no transplante. O aparelho chama-se, inclusive, ‘left ventricular assist device’ (LVAD), ou seja, funciona como uma ajuda para fazer funcionar o lado esquerdo do coração.
José Fragata explicou, ainda, que no mundo inteiro, existem 1.200 pessoas com esta geração de dispositivos. Em Portugal, foi a primeira vez e estima-se que existam mas 4 a 6 pessoas que precisem desta operação, que dura cerca de três horas. O aparelho é extremamente caro – 100 mil euros – e é obrigatório existirem dois para se fazer uma operação. “O dispêndio público só no sistema, foi de 200 mil euros, sem custos hospitalares”, indicou.
O paciente é um homem de 64 anos cuja doença renal grave impedia um transplante de um dador, pois essa operação envolveria a utilização de fármacos que os rins do doente não conseguiriam aguentar. O implante, sendo de titânio, não envolve essa utilização de fármacos. O doente tem apenas que tomar anti-coagulantes, para o sangue não coagular dentro do aparelho, e andar sempre acompanhado de uma bateria.
“A única comunicação com o exterior é uma driveline – um fiozinho branco que parece um fio elétrico – que está ligado a um conjunto de baterias, que agora estão ao lado do paciente numa mesa mas quando o senhor andar a passear estarão numa malinha a tiracolo”, indicou o cirurgião.
Explicando que há doentes que vivem há 11 anos com dispositivos deste género, José Fragata sublinhou que o senhor terá sempre que ser supervisionado, por causa do risco de hipocoagulação. E o que é que o paciente não pode fazer? Não pode fazer desportos aquáticos de contacto. “Mas pode jogar golfe, caçar, ir ao cinema, guiar carros, ir à sua vida”, destacou. “Mas bom, bom, é ter um coração que ama. Um coração bom”, terminou, com um sorriso.
Fonte: noticiasaominuto.com